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Esperando o quê, Dilma? Pinheirinho sofre…

Presidenta, está esperando o que

Marcio Sotelo: Basta a caneta de Dilma para desapropriar terreno do Pinheirinho

por Conceição Lemes

Nesta terça-feira 22, completa um ano a desocupação do Pinheirinho, em São José dos Campos. Uma brutal violação dos mais elementares direitos da pessoa humana, que será sempre lembrada como o maior massacre do Brasil urbano.

Aproximadamente 6 mil pessoas foram barbaramente atingidas, grande parte delas perdendo todos os seus bens de uso pessoal, documentos e o mínimo necessário para a sobrevivência. Pior.  Não há nenhuma perspectiva digna à vista. Foram e continuam sendo tratadas como sendo como brasileiros de segunda classe, inclusive pela mídia.

Ontem, matéria publicada pela Folha de S. Paulo, criminalizou os ex-moradores, perpetrando novo massacre do Pinheirinho.

“Essa matéria é das mais abjetas dos últimos tempos, mesmo considerando o baixíssimo padrão moral do PIG”, afirma, indignado, o jurista Marcio Sotelo Felippe, ex-procurador do Estado de São Paulo. “Ela criminaliza a pobreza, inverte os papéis. Quem teve sua vida destruída pelo terrorismo do Estado daquele ato, aparece na matéria como puta, traficante de drogas ou assaltante.”

“Se houvesse uma regulamentação da imprensa, a jornalista e o órgão que veiculou a matéria não poderiam passar impunes”, acrescenta. “Liberdade de imprensa não é liberdade para delinquir. É preciso dar um basta a isso!”

Marcio Sotelo atuou em favor dos ex-moradores antes mesmo da desocupação. Depois, participou ativamente da denúncia de juristas brasileiros à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da  Organização dos Estados Americanos (OEA)  sobre  o Pinheirinho. 

Por isso, voltei a entrevistá-lo nesta segunda-feira 21, para que nos fizesse um balanço do caso.

Viomundo  — A desocupação do Pinheirinho está completando um ano. Durante esse  tempo, o caso foi denunciado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à OEA. Como ficaram essas denúncias?

Marcio Sotelo – A denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos foi protocolada em junho de 2012. É uma tramitação lenta. Não devemos esperar resultados rápidos nem criar ilusões para os cidadãos que se indignaram e querem justiça. Não tínhamos qualquer pretensão de obter algo imediato.

Viomundo — Então qual foi a intenção?

Marcio Sotelo — A ideia foi dar um alerta às autoridades para que atos como esses não se repitam. Criar um constrangimento moral.  É o princípio da não repetição.

Também chamar à responsabilidade o governo federal, porque é o Estado brasileiro que responde num primeiro momento. Dilma qualificou o Pinheirinho como barbárie, mas não se viu nada além dessa indignação.

Sabe quantos obstáculos existem para a desapropriação do terreno? Nenhum. Basta a caneta de Dilma. E a vontade de fazer Justiça. Uma responsabilização dos perpetradores poderá vir em algum momento, assim como indenização às vítimas, mas não agora. Essa é uma luta para a vida inteira. O que fizeram em uma manhã de domingo vai gerar efeitos para o resto da vida dessas pessoas, algozes, vítimas e nós, que entramos na luta.

Viomundo – E a representação ao CNJ como ficou?

Marcio Sotelo – A “patriota” Eliana Calmon arquivou, como o Viomundo já denunciou. Até hoje moradores e advogados do Pinheirinho estão surpresos, perplexos, com a decisão de a ex-ministra Eliana Calmon de arquivar a ação, logo após ter cobrado explicações aos juízes denunciados.

Houve, claro, recurso ao CNJ contra o arquivamento, mas ainda não foi apreciado.

Viomundo – A Justiça de São Paulo tomou alguma medida em benefício dos ex-moradores do Pinheirinho?

Marcio Sotelo — A Defensoria Pública, em São José dos Campos, entrou com centenas de ações em nome das vítimas. Isso também é lento. O Estado, o Município, a União, ou seja, o Poder Público, deveriam agir de tal forma que esse recurso ao Judiciário nem fosse necessário.

Do governo do Estado de São Paulo, comandado pelo Geraldo Alckmin (PSDB), não se espera nada. O novo prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida (PT), deu uma entrevista desalentadora ao UOL. Deixou a impressão de não ter nada de concreto a dizer e até certo despreparo sobre o tema, se é que o jornalista foi fidedigno ao que o prefeito disse.

Viomundo — O governo de São Paulo fez exatamente o quê?

Marcio Sotelo — Apenas paga o aluguel social de 500 reais. Nenhum plano habitacional, nenhuma preocupação. Nenhuma vontade de reconhecer e reparar a violência absurda da coisa. Mas seria esperar demais dessa gente…

Viomundo —  E como está a situação dos moradores?

Marcio Sotelo — Como nós estaríamos hoje se nossa casa tivesse sido derrubada por uma máquina às 5h30 da madrugada de um domingo, um ano atrás? Há vida depois disso? Continuam em condições péssimas, traumatizadas e sem esperança no futuro. Os moradores tiveram suas vidas destruídas.

Viomundo –  Hoje, a Folha de S. Paulo publicou reportagem em que criminaliza os ex-moradores, dizendo que antes havia mais assaltos, mais violência do que agora.  A Folha perpetrou um novo Pinheirinho?

Marcio Sotelo – A Folha fez, sim, um novo Pinheirinho. Eu já vi coisas ignóbeis na imprensa. Não nasci ontem. Essa matéria é das mais abjetas dos últimos tempos, mesmo considerando o baixíssimo padrão moral do PIG.

Criminaliza a pobreza, inverte os papéis. Quem teve sua vida destruída pelo terrorismo do Estado daquele ato, aparece na matéria como puta, traficante de drogas ou assaltante. Se houvesse uma regulamentação da imprensa, a jornalista e o órgão que veiculou a matéria não poderiam passar impunes. Liberdade de imprensa não é liberdade para delinquir. É preciso dar um basta a isso!

Viomundo – E, agora?

Marcio Sotelo — Lutar para que o Poder Público assuma sua responsabilidade e desaproprie a área. A União e a Prefeitura são do PT. Vão agir como a secular estrutura de mando social e político do país, sendo coniventes com o massacre dos excluídos? As coisas mudam para que tudo fique como está? Este PT que está no poder, no governo federal e em São José dos Campos, vai ter que prestar contas disso.

Pinheirinho – um ano depois

Pinheirinho, um ano depois é um projeto de documentário que tem o objetivo de registrar como vivem as famílias que moravam na antiga comunidade do Pinheirinho no decorrer do ano após a reintegração de posse realizada pela Polícia Militar de São Paulo em 22 de janeiro de 2012.
Através desse registro, queremos dar voz às pessoas que viveram o trauma da desocupação para que contem suas histórias e relembrem à sociedade de que elas seguem vivendo sem uma solução definitiva de moradia e, muitas vezes, em clara violação ao direito humano de ter uma moradia adequada.
Tendo em mente esse principio de divulgação o documentário será disponibilizado gratuitamente pela Internet.

Chegamos a um momento da produção em que, para realizarmos o documentário será necessário captar recursos para continuar viajando com toda a equipe e equipamento para acompanhar a vida dos ex-moradores do Pinheirinho.
Assim, preparamos um orçamento dos nossos gastos daqui até o final de janeiro, quando pretendemos finalizar o documentário. O resultado foi que o MÍNIMO necessário para concluirmos o documentário é de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Este valor só foi possível, pois consideramos o trabalho de todos os membros da equipe como voluntário, não estamos prevendo o pagamento de diárias.
Para captar o valor mínimo, optamos pelo sistema de financiamento colaborativo, também conhecido como crowd funding, através do site do Catarse. Por aqui você poderá apoiar o projeto fazendo sua colaboração direta para o site e, se em 90 dias não conseguirmos arrecadar o valor total, seu dinheiro será devolvido.
Como incentivo para conseguir colaboradores, pensamos em uma série de recompensas que serão oferecidas a cada colaborador de acordo com o valor de sua contribuição.

OUTRAS MÍDIAS
Para entrar em contato, saber mais ou acompanhar o projeto em outras mídias sociais, segue abaixo os nossos contatos.
E-mail: pinheirinhoumanodepois@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/PinheirinhoUmAnoDepois
Twitter: https://twitter.com/PinheirinhoDoc

. OBJETIVOS EXTRAS 
Se conseguirmos ultrapassar o valor mínimo para realização do projeto, isto é, R$ 10.000,00, temos objetivos extras a realizar que agregariam ainda mais valor ao documentário.
Se atingirmos o valor de R$ 12.000,00, a equipe de filmagem receberá subsídio do valor de alojamento durante as viagens a São José dos Campos para a gravação do documentário.
Se atingirmos o valor de R$ 14.000,00, a equipe de produção do documentário irá organizar uma noite de lançamento do filme na cidade de São José dos Campos junto com moradores do Pinheirinho e os colaboradores convidados de acordo com o programa de recompensa.

http://catarse.me/pt/pinheirinhoumanodepois

Ivo Teles e Pinheirinho – não nos esqueceremos

Idoso morto em Pinheirinho será exumado

QUILOMBO RIO DOS MACACOS – Ao povo brasileiro

http://advivo.com.br/blog/luisnassif/bahia-conflito-entre-quilombolas-e-a-marinha

QUILOMBO RIO DOS MACACOS – Ao povo brasileiro

A comunidade quilombola de Rio dos Macacos, na Bahia, divulga Carta ao povo brasileiro, pedindo apoio para se manterem em seu território tradicional. Situada próximo a um condomínio da Marinha brasileira, a comunidade está sendo ameaçada de despejo pela força armada. Várias famílias vivem no local há mais de 100 anos. Continuar lendo

Eliana Silva – BH

Desacato à sociedade

É um desacato à sociedade a não solução das questões de direito à moradia.

http://diarioliberdade.org/brasil/repressom-e-direitos-humanos/27153-rapper-emicida-%C3%A9-preso-em-belo-horizonte-ao-cantar-contra-repress%C3%A3o-estatal.html

 

ocupa

Cerca de 300 famílias jogadas ao relento sob uma noite fria. Por Gilvander Luís Moreira[1]


Ai daqueles que pisam nos pobres, que tripudiam sobre a dignidade de crianças recém-nascidas, de idosos, de deficientes e indefesos, todos pobres!

Eu vi e nunca esquecerei. Vi e dou testemunho.

Vi os pobres se organizarem durante meses buscando se libertar da cruz do aluguel, que come no prato do pobre, que é veneno para quem ganha só salário-mínimo.

Vi os cansados da humilhação de sobreviver de aluguel dar um grito de liberdade: Pátria Livre! Venceremos!

Vi na madrugada do dia 21 de abril de 2012 cerca de 350 famílias sem-terra e sem-teto ocuparem um terreno que estava abandonado há mais de 40 anos.

Vi as cerca de 1.500 pessoas resistirem bravamente e não serem despejadas já no primeiro dia.

Via o MLB – Movimento de Libertação nos Bairros, Vilas e Favelas – coordenar a Ocupação Eliana Silva[2] com idoneidade, com participação ativa e paixão pelo próximo.

Vi durante três semanas, quase todos os dias, o povo, melhor dizendo, a comunidade que estava se formando na Ocupação Eliana Silva, grande lutadora da Ocupação Corumbiara, em Belo Horizonte.

Vi a sensatez da Dra. Moema, juíza de plantão, negar dia 21/04/2012, a reintegração de posse à prefeitura de Belo Horizonte, porque a área ocupada não tem registro, nem matrícula e nem está averbada. Até 1992 era terra devoluta do Estado de Minas Gerais.

Vi com tristeza da juíza Luzia – que deveria gerar luz, mas gerou trevas –, da 6ª Vara de Fazenda Pública Municipal, cancelar a decisão da juíza de plantão e, mesmo sem a prefeitura de Belo Horizonte comprovar ser a legítima proprietária e ter posse do terreno, em uma decisão ilegal mandou reintegrar a prefeitura na Posse do terreno, autorizando a polícia a usar a força, sem oferecer uma alternativa digna para as 350 famílias. A juíza se sensibilizou ao ouvir que a prefeitura tem a intenção de formar ali um Parque Municipal, mas não sabe ela que na região há um parque municipal que está abandonado.

Vi, acreditando na sensibilidade da juíza Luzia, ela pedir o cadastro das famílias e prometer fazer Audiência de Conciliação, mas não cumpria a promessa de buscar a conciliação. Sem deliberar sobre Embargos de Declaração, exigiu que o despejo fosse feito com urgência. Lá não havia coisas, mas seres humanos que precisam ser respeitados na sua dignidade.

Não vi, mas ouvi que o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda e seu procurador Geral, sr. Marco Antônio, pressionaram fortemente a juíza e desembargadores para que o despejo covarde fosse feito sem piedade.

Vi, às 01:20h da madrugada quando um oficial militar ligou no meu celular e, dizendo que não podia se identificar me disse: “Frei Gilvander, sou oficial militar. Estou chorando, não consigo dormir. Por um dever de consciência estou ligando para lhe informar que um fortíssimo aparato repressivo da PM cumprirá reintegração de posse e despejará a Ocupação Eliana Silva, do Barreiro, hoje cedo. Estou temendo que possa haver derramamento de sangue.”

Vi, após passar toda a madrugada em claro, às 07:00h da manhã do dia 11/05/2012, a polícia militar chegar e congelar toda a área no entorno da Ocupação Eliana Silva. Durante o dia inteiro quem saísse era proibido de voltar e quem vinha para se fazer solidário era proibido de entrar.

Vi chegar mais de 400 policiais da polícia militar e tropa de choque de MG.

Vi chegar ao lado da Ocupação Eliana Silva um Caveirão – um tanque de guerra -, que eu só tinha visto, via televisão, fazendo incursões em comunidades pobres do Rio de Janeiro.

Vi centenas de policiais armadas até os dentes, com gás lacrimogêneo, cães, cavalaria. Muita truculência e prepotência.

Vi e ouvi policiais dizendo que sem-terra e sem-casa devem ser moídos no cacete.

Vi, após 2 horas de tentativa de negociação, a tropa de choque atropelar algumas pessoas: mães com crianças; o Paulo, que levou uma cacetada na cabeça; a Dirlene Marques (economista da UFMG), que foi agredida por policiais ao tentar entrar na Ocupação simplesmente para ser solidária.

Vi, aliás, centenas de pessoas que vieram de longe para ser solidárias com as 350 famílias da Ocupação Eliana Silva serem barradas durante o dia inteiro sem poder ter acesso ao epicentro da operação de guerra que se desenvolvia.

Vi por várias vezes o helicóptero da PM fazendo voos rasantes sobre a Ocupação com metralhadoras apontadas para o povo. Vi centenas de crianças chorarem e se abraçarem às mães com pavor daquele “pássaro” que ameaçava atirar nelas.

Vi muitas mães serem barradas pela polícia ao pedir para entrar na ocupação para pegar remédios para dar seus filhos que padeciam alguma doença.

Vi o povo da Ocupação Eliana Silva, sob a liderança do MLB, resistir bravamente de forma pacífica. Sentados todos diziam e repetiram o dia inteiro: “Daqui não sairemos. Só se for presos e algemados.”

Vi, com uma punhada no meu coração, policiais, garis e funcionários da prefeitura de BH quebrarem 350 barracas de lona preta que era a única casinha que as famílias tinham construído com muito carinho. Ao serem questionados, alegavam constrangidos: “Tenho que cumprir ordens, pois senão serei desempregado.”

Vi, com os olhos do meu coração, o prefeito de BH, sr. Márcio Lacerda, o Governador de Minas, sr. Anastásia, a PM de Minas, a juíza Luiza, o TJMG e muitos comparsas pisarem, tripudiarem, cuspirem no rosto dos pobres que têm a ousadia de não ser só força de trabalho para as classes média e dominante, mas lutarem, de forma organizada, para viverem com dignidade.

Vi vários veículos de a grande imprensa ouvirem só a versão da polícia que, com a maior desfaçatez diz: “Está tudo na normalidade. Estamos simplesmente cumprindo ordem. O povo vai ser levado para um lugar digno…” Isso é querer tapar o sol com a peneira. Pisar na dignidade dos pobres é normalidade? Tão bom seria se os pobres parassem de trabalhar para seus opressores! Cumprem ordem, sim, mas ordem injusta, imoral. Levar para “abrigos”, que na prática são campos de concentração, é levar para lugar digno? Por que os 2 mil irmãos em situação de rua em BH preferem sobreviver nas ruas do que ir para os abrigos da prefeitura?

Não vi, mas penso, nessa segunda madrugada sem dormir, que os que autorizaram o covarde despejo da Ocupação Eliana Silva, sem alternativa digna, devem estar dormindo tranquilos em quartos e mansões confortáveis, enquanto cerca de 300 famílias que não se vergaram estão passando essa noite fria ao relento no meio dos escombros de onde por 21 dias estavam vivendo felizes, em comunidade, com muita ajuda mútua, solidariedade e espírito fraterno de luta.

Vi também a luz e a força de tanta gente que se fez solidário.

Vi, sob uma noite fria, o povo como ossos ressequidos clamando por ressurreição.

Vi que fizeram uma grande sexta-feira da paixão dia 11/05/2012 aqui em Belo Horizonte com a Ocupação-comunidade Eliana Silva, mas sei que o amor é mais forte que egoísmo e, por isso, um domingo de ressurreição será gestado.

Vi o “presente” que as mães da Ocupação Eliana Silva receberam: repressão. Aliás, há 15 dias uma Comissão na Ocupação já estava planejando fazer um almoço especial para as mamães da Ocupação Eliana Silva. Mas poderosos ofereceram fel às mães da Ocupação Eliana Silva.

Vi clamores que interpelam nossa consciência e os registrei em nove entrevistas que, em vídeos, estão em http://www.gilvander.org.br (Galeria de vídeos). A quem não viu sugiro ver essas entrevistas. Eu sugeri à juíza Luzia que as visse, mas …

Vi muita coisa que me marcou indelevelmente, inclusive, caveirão para os pobres de Belo Horizonte.

Vi e verei sempre que a luta por libertação integral e pela conquistas de direitos humanos- e ecológicos – continuará sempre até depois da vitória.

Belo Horizonte, às 01:10h madrugada do dia 12/05/2012, véspera do dia das mamães, expressão infinita do amor infinito.

 

[1] Frei e padre carmelita; mestre em Exegese Bíblica; professor do Evangelho de Lucas e Atos dos Apóstolos, no Instituto Santo Tomás de Aquino – ISTA -, em Belo Horizonte – e no Seminário da Arquidiocese de Mariana, MG; assessor da CPT, CEBI, SAB e Via Campesina; e-mail: gilvander@igrejadocarmo.com.br – www.gilvander.org.br –www.twitter.com/gilvanderluis – Facebook: gilvander.moreira

[2] www.ocupacaoelianasilva.blogspot.com.br

ZEIS – necessidade de aprofundamento deste processo

Em matéria sobre a questão do Pinheirinho, a discussão das ZEIS apareceu. Eu apresentei aqui no blog PIG (AQUI) a necessidade de se pensar também esta questão para as favelas incendiadas em São Paulo.

Prestação de contas: sindicato que reúne empresas do ramo imobiliário

— Eu encampei a liminar dessa juíza (Márcia Loureiro da 6ª Vara Cível de São José dos Campos). Não quero saber se ela está certa ou errada. Quem decidiu foi ela. Eu, como presidente do tribunal, tenho obrigação de prestigiar a decisão do meu juiz, apontou sob aplausos da plateia presente ao Secovi. 

O bandido reúne a quadrilha para calcular o que foi amealhado. Todos gargalham e aplaudem. Um sucesso!

Por que sinto um aperto terrível no coração?

Por que é tão difícil manter a esperança e a fé?

Não, nos esqueceremos… não mesmo.

http://correiodobrasil.com.br/tj-sp-atuacao-da-pm-no-pinheirinho-foi-de-alta-tecnologia/435651/

Ivo Teles dos Santos

Dilma, não faça do Rio dos Macacos um Pinheirinho!

00:00 – ROSEMEIRE

A gente tem uma certidão reconhecendo que a gente somo quilombola, né? A gente é de geração mesmo de escravo. A minha vó nasceu e se criou aqui, ela tem 120 anos.

A gente é vigiado 24 horas. A gente não dorme. A gente não dorme à noite, quando a gente cochila a gente pensa que não vai acordar no outro dia porque na verdade no fundo das nossas casas à noite é cheia é cheio deles. E é encapussado. Aquele negócio preto no rosto. A gente não sabe quem é a pessoa. A gente só sabe que é da marinha por causa da farda.

00:43 – DONA MARIA

Era muito bom. Era muito bom isto aqui. Muita alegria. Muita alegria pra gente aqui. Todo mundo nasceu. Meus filho nasceu, tudo se criou aqui. Eu nasci e me criei aqui. E por que eles estão com esta perseguição comigo? Pra mim tirar de uma terra em que eu nasci e me criei? Pra ir para debaixo da ponte? E depois diz que  a gente é tudo invasor. Nós não somos invasor não, moço. Quando eles chegaram, eles acharam a gente. A gente catava café. A gente plantava a roça. A gente vivia das plantações da roça da gente. E a criação. Criava porco. Criava muita galinha. E a gente sobrevivia disto.

01:30 – Quando eles fizeram esta vila militar, este condomínio…

01:35 – DONA MARIA

A gente trabalhou muito pra ajudar eles, meu fie. A gente trabalhou muito, porque aqui era caminho de estrada de boi. Passava aqui pela frente. Eu vi este calçamento aqui. Eu vi, trabalhei, vendi comida pra fazer este prédio e hoje vivo maltrada deste jeito.

Quando o pai destes meninos meu, meu esposo, trabalhou fazendo a base naval porque ali não tinha base. Aquilo dali se chamava Ponta de Areia. O pai dela trabalhou muito naquela construção da base naval de Aratu. Depois que eles chegaram, porque eles me procuraram pá trabalhar. Eu lavava… lavava, passava, quê o primeiro fuzileiro que apareceu aqui, a mulher dele teve cria na casa da fazenda que era do meu pai. Quem ajudou a nascer foi eu. Aí mandei chamar parteira. Eu nunca cortei bico, mas menino, muitos meninos eu aparei aqui.

02:40 – Então, tinha uma boa convivência?

02:42- DONA MARIA

É, tinha uma boa convivência…

02:43 – FILHO

– Não era muito boa não, viu, minha mãe. Pelo amor de Deus!

02:44 – DONA MARIA

– Não era muito… não era muito boa, mas dava pra gente viver. E hoje este pessoal aqui chegaram…

02:54: – E quando é que começaram os problemas maiores?

02:56 – DONA MARIA

– De pouco tempo pra cá, de pouco tempo pra cá. Eu fui pa casa de um filho pa operar a vista. Que tava cega. Cega cega. Aí fiquei lá, eles vieram aqui já com este papel. Deram pro meu filho. Meu filho levou. Nós não sabia que eles estavam pra perseguir a gente, pra gente sair. Aí tomaram aquela atitude, de uma hora pra outra. Eu cheguei, e eles aqui pedindo o terreno… pedindo o terreno. Dizer que era pa eu sair, que é pa procurar pra onde ir. Adquirir terreno. “A gente tá precisando fazer prédio aqui, pra gente morar aqui, pros fuzileiro. A senhora tem que desocupar. Vá pra casa de um parente. Vá para casa de um filho”. Nós saímos. Cadê minha mocidade, minha resistência? Tá toda aqui. Eu vou sair pra ir pra casa de um filho. E para morrer na casa de um filho. Eu não posso sair.

04:00 – DONA OLINDA

Eu nasci aqui perto da barragem dos macacos, que hoje é quilombo do Rio dos Macacos. Somo família de gente analfabeto, viu? Que não tivemo oportunidade de aprender a ler, porque muito das vez fomos proibido de sair daqui pra estudar lá fora. Pra gente estudar, a gente tinha que ficar na casa de tios, lá fora, ou então na casa de conhecidos. Então quem teve oportunidadezinha estudou um pouquinho. Quem não teve é analfabeto mesmo. Nossa família é de pessoas analfabetas. De setenta pra cá, foi construída aqui este conjunto aqui da Marinha. E depois deste conjunto da Marinha que foi construído, a Marinha começou a perseguir a gente. Mas uma perseguição ferrenha mesmo. Minha mãe, ela pode sobreviver e ver um filho dela ser espancado na portaria porque vinha pra casa.

04:45  – DONA MARIA

– Olha é este que taí, é Luis.

04:47- DONA OLINDA

– Esse que taqui é Luis. Luis foi espancado na portaria. Foi preso. Levaram ele pra quinta. E os fuzileiros da Marinha, chegou na quinta, mandou o pessoal da quinta matar ele. Nós tamo vivendo praticamente ilhados aqui. Minha mãe, minha mãe cercaram ali na frente pra ela não passar. Tem retrato dela aí, certo? A gente saiu, quando a gente chegou, tá minha mãe toda fechada de arame. Do lado de cá, sem poder se locomover, porque eles fecharam tudo. Porque eles ainda estão pegando o bonde do passado, certo? Eles estão ainda caminhando no bonde do passado. Porque eles falam em pau de arara. Fala em perversidade com a gente. Fazem sinais de perfersidade. Passam pela gente fazendo sinal de perversidade, como quem vai machucar. Então, nós vivemos com medo. Nós vivemos oprimidos e com medo aqui. E eles dizem o quê? Que eles são a Nação. Que eles estão aqui pra proteger a gente. Que vão lá pra fora pra proteger o Haiti. Que vão lá pra fora pro navio escola pra Amazônia pra curar o povo. E a gente vive aqui desdentado, sem cuidado nenhum, porque a gente não tem oportunidade de andar não. Nem na igreja deles ninguém entra. E hoje eu vivo com medo dentro da minha própria casa. Deles entrar aqui, me arrastar, levar pra dentro de um mato, e me matar.

5:51. EDGAR

Aqui era caatinga. Ali era roça e casa. Esse alto que você esta vendo ali, onde está aqueles prédios, aquelas casas ali, era roça e casa. Eles botaram aquele povo tudo pra correr sem direito a nada. Tem gente aí, que ainda estão por aí, coitado, jogados por aí, mas saíram tudo aí sem direito a nada. Umas cinquenta famílias. 6:14. Eu cheguei aqui em 1960. Vim trabalhar na fazendo dos Martins. Os Martins eram um grupo, junto com os Magalhães, que tinha usina de açúcar aqui em Aratu. Então, o que que acontece? A usina abriu falência, né? E aí os trabalhadores moravam assim, tinha as roças dele, as casinhas deles. No que abriu falência, disse olha tu fica com tua área. É tua como idenização. Plantava de tudo. Aqui, isso aí. Este mato aí era roça. Olha, nós plantava quiabo, maxixe, abóbora, melancia, aipim, banana ainda tem aí por dentro do mato. É, mangueira, jaqueira, abacate, cacau. Tudo nós tem aí, né? Agora aipim, mandioca, a gente parou de plantar. Paremos de plantar porque eles não deixa.

7:07 – JOSE ROSALVO.

Daqui até na pista lá tudo isto aqui era plantio, era roça, era roça. Aqui já tem uma faixa de uns trinta anos que eles já vêm sempre nos apertando pra parar… pra parar… pra parar de plantar, de plantar, de plantar… Agora a coisa apertou mesmo de uns seis anos pra cá.

07:27 – ROSEMEIRE

Tinha uma casa de farinha ali. Aqui tinha um plantio de mandioca. A dona da casa fazia farinha, beju, bolo de aipim, tapioca. Fazia muitas coisas na casa de farinha dela. Mas acabou com tudo, a Marinha proibiu tudo. A gente parou de plantar porque a Marinha não permite mais e a casa de farinha foi destruída.

07:57 – SEU EDGAR

A minha família mora o bolo. Duas, três famílias numa casa só, porque não pode fazer a casa que eles não deixam. Se fizer, eles vêm derrubar.

08:05 – JOSÉ MESSIAS

Tá caindo, tá toda escorada a casa, porque a qualquer momento esta casa vai cair. Eu mesmo tenho trinta anos. Nasci e me criei aqui. Meus pais, minha avó, minha bisavó, eram daqui. Então, eu mesmo tô fazendo ali um quarto e sala ali, porque não vai dá pra ficar nesta situação aqui. E qualquer momento eles podem chegar ali e derrubar. Chegam mesmo e derrubam. Não querem nem saber quem tá dentro de casa, quem não tá. E aí várias perseguições a gente vem seguindo ali. Na derruba da casa de meu irmão veio cento e vinte homem. Cento e vinte homens, tudo bem armado. Aí ninguém passava, até as criancinhas de um ano que tavam chorando porque estavam derrubando a casa de meu irmão, as filhas dele que, uma que tinha dois anos na época. Eles com os rifles apontando mandando voltar. Que não era pra encostar. Se, até criança, se chegasse junto dele ele dizia que iria atirar. “Não encoste, se encostar alguém a gente atira.”

09:00 – ROSEMEIRE

A gente não tem banheiro. A gente faz assim… um local assim tipo um banheiro. Mas a gente não tem banheiro. A gente não tem autorização pra botar rede de esgoto. Por que eles não dá… eu já tentei. É. Eles entram do local onde a gente faz as nossas necessidades, toma banho e tudo. A gente pode tá nua como for, eles entram. Invade mesmo. Já invadiu dentro da casa de um morador de cavalo. Entram numa porta,  a porta da frente e saiu pela porta do fundo. E todas as coisas que a gente tinha dentro de casa, de alimento, eles furaram tudo.

09:32 – JOSE ROSALVO

Sem direito a uma casa digna. Sem direito de trabalhar. Sem direito de estudar. Sem direito de água e de luz. Toda a infraestrutura que um ser humano, hoje, tem, e como a gente sabe que por lei tem que ter. As suas melhoras na suas vida, a gente aqui somos escondidos. Estava escondido.

http://blogbahianarede.wordpress.com/2012/03/04/quilombo-rio-do-macaco-oficial-da-marinha-diz-que-cerco-foi-coincidencia/

Rio dos Macacos – Bahia – outro Pinheirinho?

Marcada para a hoje, 04.03.2012, e suspensa por ação da Presidência da Republica (Secretaria Geral, SEPPIR E FCP), a tomada do Território do Quilombo Rio dos Macacos está neste momento vivendo uma grande tensão, pois já tem mais de 03 caminhos de fuzilheiros dentro da Comunidade, cada um com cerca de 80 homens, do lado de fora tem os militares da Bahia (que não podem entrar) e 01 trator posicionado no portão da Vila Naval, área tomada da comunidade há 42 anos atrás.
A Marinha do Brasil, não pode tomar o Território de Rio dos Macacos, porque ela como instituição Brasileira não está acima das demais instituições nacionais, vivemos sob a vigencia do estado democrático e as instituições estão em funcionamento.
O artigo 68 da constituição de 1988 e o Decreto 4887/2003 garante o direito de ocupação secular da comunidade. Rio dos Macacos está naquele Território há mais de 238 anos e não pode ser derrotado, por um crime de uma instituição que, ao contrario, deve garantir e fazer valer as Leis do país, por isso precisamos das/dos jornalistas agora em Rio dos Macacos. Todo o mundo precisa saber, para impedir uma tragédia hoje em Salvador, aos nossos olhos!!!
Nossa luta é todo dia!!!
Vilma Reis
Profa. Sociologia

Ocupação Dandara garante: vai resistir a tentativas de reintegração

Ocupação Dandara garante: vai resistir a tentativas de reintegração

Ocupação já reúne 1050 famílias em um terreno de 31,5 hectares, abandonado desde a década de 1970 | Foto: Ocupação Dandara

Vivian Virissimo

Em homenagem à guerreira negra esposa de Zumbi dos Palmares, a ocupação Dandara, localizada em Belo Horizonte (MG), já reúne mil e cinquenta famílias de sem-teto e se organiza para resistir a uma possível ação de reintegração de posse. Inspirados na história da companheira de Zumbi, que preferiu tirar sua própria vida a voltar à condição de escrava, os moradores ocuparam há três anos um terreno de 31,5 hectares abandonado desde a década de 1970. Continuar lendo

DENÚNCIA: Terrorismo patrociando pela prefeitura de São José dos Campos

http://www.viomundo.com.br/denuncias/defensor-jairo-salvador-%E2%80%9Cterrorismo-patrocinado-pela-prefeitura%E2%80%9D.html

26 de fevereiro de 2012 às 17:30

Defensor Jairo Salvador: “Terrorismo patrocinado pela Prefeitura”

No abrigo Vale do Sol, ex-moradores do Pinheirinho reuniram-se nesse sábado, 25, para conversar com o defensor público Jairo Salvador. Agentes provocadores impediram. Algumas das poucas fotos feitas pelo repórter fotográfico Lucas Lacaz Ruiz, que foi ameaçado e intimado a parar de trabalhar no local

por Conceição Lemes Continuar lendo

TJ – SP : Diário da Justiça Eletrônico – 26 de julho de 2011

Engraçado (!) pensar que a prefeitura de SJC sempre falar em número menor de famílias e de pessoas, quando a própria Selecta em autos alega que:

Alegou que é proprietária do imóvel mencionado na inicial que está invadido por mais de 550 famílias, totalizando mais de 8.000 pessoas. Requereu a reintegração liminar na posse do imóvel. 

http://do.arquivohistorico.com/br/diarios-dos-tribunais-de-justica-tj/sao-paulo-tj-sp/4-1a-instancia-parte-iii/2011-07-26/17573-pg.1723

Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo – Lei Federal nº 11.419/06, art. 4º
Disponibilização: Terça-feira, 26 de Julho de 2011

 Diário da Justiça Eletrônico – Caderno Judicial – 1ª Instância – Interior – Parte III São Paulo, Ano IV – Edição 1002 1723

Processo 5.8.26.0577 (9) – Reintegração / Manutenção de Posse – Posse – SELECTA
COMERCIO E INDUSTRIA S/A – MASSA FALIDA – ESBULHADORES – Processo nº 2526/05 (antigo proc. n. 1097/05) Vistos, etc.
MASSA FALIDA DE SELECTA  COMÉRCIO E INDÚSTRIA SA propôs ação de REINTEGRAÇÃO DE POSSE C.C. PEDIDO DE
LIMINAR contra ESBULADORES. Alegou que é proprietária do imóvel mencionado na inicial que está invadido por mais de 550
famílias, totalizando mais de 8.000 pessoas. Requereu a reintegração liminar na posse do imóvel. A liminar foi Continuar lendo

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Ramo imobiliário financiou a campanha do PSDB em São José dos Campos

http://sul21.com.br/jornal/2012/01/psdb-de-sao-jose-dos-campos-recebeu-r-427-mil-do-ramo-imobiliario-em-2008/

Ramo imobiliário financiou a campanha do PSDB em São José dos Campos

Acompanhando a comitiva que foi à São José dos Campos

Entrevista com Pedro Rios Leão (parte II)

PEDRO RIOS: Eu queria também explicar porque exatamente o alvo Rede Globo.

A Rede Globo foi a que teve a participação mais ativa. A Globo tava lá através da Rede Vanguarda. Mas eu acredito profundamente que os jornalista mesmo, os jornalista da Rede Globo, os jornalistas do Rio de Janeiro, os jornalista de São Continuar lendo

Tuitaram… Na Espanha também somos Pinheirinho.

E na ALEMANHA também

http://correiodobrasil.com.br/emigrantes-brasileiros-manifestam-por-pinheirinho-em-berlim/366454/#.TybYPuvYVax.twitter

Entrevista com Pedro Rios Leão

Entrevistadora: Pedro, você está se propondo aqui a fazer uma greve de fome. Você esteve em Pinheirinho e o que aconteceu lá? O que ficou claro pra você?

Pedro Rios: Bom foi um roubo. Foi um roubo. Contra os moradores de Pinheirinho por um terreno que definitivamente, dentro da área definida por qualquer aparelho legal não corrompido, e nenhum aparelho legal do mundo pode achar justo que tirem três mil famílias por um cara que vive dentro de um escritório e que quer dinheiro por aquele terreno. Um roubo perpetrado pela mão armada do Estado. Continuar lendo

Ele é flamenguista e se envergonha por Pinheirinho

Pedro Rios Leão em greve de fome em frente à Globo por Pinheirinho.

Eu queria matar a Presidenta, por Pedro Rios Leão

Pedro Rios Leão em greve de fome em frente à Globo por Pinheirinho.

Pedro Rios Leão

http://pedroriosleao.wordpress.com/sobre/

Pedro Rios Leão é Audiófilo, cinéfilo,  produtor de qualquer coisa que pense valer a pena, observador de estrutura social, misantropo, levemente alcoolatra, excessivamente acadêmico e e completamente passional. Esse é o seu caderninho de pensamentos aleatóreos e resenhas destemidas.

http://racismoambiental.net.br/2012/01/pedro-rios-leao-e-as-noticias-de-pinheirinho/

Acontece que desde domingo há alguém postando no Facebook afirmativas de que, ao contrário do que vem sendo dito e concordando com o presidente da OAB local, pessoas teriam, sim, sido mortas. Mais que isso, segundo ele esses corpos – que incluiriam crianças, uma de quatro anos e outra de meses – estariam sendo “sequestrados”, para não deixar provas, no melhor estilo da ditadura. E isso estaria continuando a acontecer mesmo depois da chamada desocupação.

Eu não o conheço, mas ele é amigo de gente séria. E o filme que postei há pouco, “PM ataca moradores em alojamento cedido pela própria prefeitura”, parece corroborar o que ele vem repetindo.

Ele esteve ontem no hospital, tentando conversar com David Washington Castor Furtado, que ele chama de “nossa única prova viva e rastreável”. Não conseguiu porque, como escreve, “David está sendo vigiado pelos seus próprios algozes”.

E ele vai além, afirmando: “Não se confundam; essa não é uma disputa jurídica. A lei está morta aqui. Isso é uma disputa política e depende de nós. Salvem David Washington Castor Furtado, divulgando o nome dele e cobrando explicações. Se nós esquecermos dele, ele será morto”.

Mutirão em São José dos Campos/SP

http://blogdosadvogadosprogressistas.blogspot.com/

Os Advogados Progressistas estarão neste domingo em São José dos Campos para entregar aos desabrigados do bairro de Pinheirinho mantimentos arrecadados. Produtos de higiene pessoal, limpeza, alimentos e água serão doados aos ex-moradores daquele bairro.

Além disso, nos uniremos ao CONDEPE para participarmos do mutirão que se realizará na segunda-feira para que seja possível ouvir os testemunhos dos moradores sobre tudo o que ocorreu naquele local para que posteriormente possamos redigir um documento a ser entregue as autoridades competentes de defesa dos direitos humanos.

Somos todos Pinheirinho!

http://www.saudecomdilma.com.br/index.php/2012/01/29/blog-faz-cobertura-de-audiencia-sobre-pinheirinho/

Ao longo do dia 30/01 o Blog incluirá em sua programação diversas entrevistas e filmagens da situação dos habitantes do Pinheirinho que,  expulsos de suas moradias e alojados em situação precária, vivenciam diversos abusos e privações, com sérias repercussões para a  saúde e bem estar dos mais de 6000 pessoas desalojadas.

Além disso, por iniciativa do CONDEPE será realizada Audiência Pública na Câmara Municipal de São José dos Campos/SP para tratar deste caso com a participação de movimentos sociais, entidades e associações.

A audiência está marcada para dia 30/01, próxima segunda-feira a partir das 19h e será transmitida ao vivo pelo Blog Saúde com Dilma.

http://www.blogcidadania.com.br/2012/01/voluntarios-ira-hoje-a-sjc-ouvir-flagelados-do-pinheirinho/

CONDEPE – CONSELHO ESTADUAL DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA HUMANA

Mutirão em São José dos Campos/SP

Conforme divulgado, o mutirão surge para reunirmos informações sobre as violações ocorridas por conta dos procedimentos empenhados pelo Estado, na Reintegração de Posse do terreno onde ficava a Comunidade Pinheirinho; Existem muitos relatos dispersos (reportagens, filmagens e outros tantos materiais divulgados pelos mais diversos meios); No mutirão utilizaremos um formulário para reunirmos parte dos relatos; Pretendemos reunir materiais que possam dar base à justa e correta apuração (o que inclui encaminharmos as demandas à Defensoria Pública e ao Ministério Público); Não descartamos a possibilidade de encaminharmos o fato às instâncias internacionais de defesa dos Direitos Humanos, como por exemplo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Assim:

Objetivo: reunir e organizar os diversos relatos de violações

Método: coleta de informações/declarações/denúncias em formulário próprio (uma folha, frente e verso); os voluntários serão distribuídos em equipes; cada equipe se encaminhará a um dos quatro locais organizados como “abrigos”; lá coletarão as informações em “entrevistas”

Algumas orientações: (1) cremos que uma das primeiras dificuldades possa ser justamente a liberdade de acesso aos abrigos; assim, cada grupo será acompanhado por Conselheiros e/ou autoridades que buscarão garantir o acesso e a liberdade dos trabalhos; (2) solicitamos às lideranças que divulgassem a realização do mutirão, mas isso – por si só – não garante que as pessoas queiram prestar declarações; assim nosso empenho será um trabalho de persistente disponibilidade; (3) o uso de um formulário ajuda na coleta de dados, mas não é capaz de conter tudo o que as pessoas sofreram; assim, solicitamos a máxima atenção ao preenchimento; devemos privilegiar os dados e informações que possam contribuir na formalização das denúncias (nomes, apelidos, traços que possam colaborar na identificação de agressores); já na qualificação do declarante, mesmo sabendo que essas pessoas perderam suas casas, é importante reunirmos o maior e o mais preciso número de informações (nome, idade, documentos, possíveis contatos); (4) como a atividade poderá ser longa, solicitamos que os voluntários usem roupas leves e confortáveis; providenciaremos alimentação/água;

Audiência Pública na Câmara Municipal

Essa audiência foi convocada para ouvir a sociedade civil, lideranças, parlamentares e outros para sistematizar denúncias sobre possíveis abusos e violações de direitos humanos durante a reintegração de posse da área da Comunidade Pinheirinho, e dela decorrentes.

Naji Serras o amigo do Dantas

CESP Serra e Naji Nahas juntos na Privataria Tucana

http://www.luisnassif.com/forum/topics/naji-robert-nahas-privataria-tucana-a-cesp-e-a-a-o-dos-tr-s-1?xg_source=activity

Uso político… e daí? meu amigo, uso político é esta acusação de uso político.

Histórias de traição

Com 18 milhões poderiam ter resolvido 20% da demanda de Pinheirinho… mas esta parte foi desperdiçada.

 

http://mariadapenhaneles.blogspot.com/2012/01/ecos-do-pinheirinho-operacao.html

Outras Pinheirinho…

http://diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=23779:um-outro-olhar-sobre-a-cidade&catid=64:consumo-e-meio-natural&Itemid=79

Quinta, 26 Janeiro 2012 02:00

…. o livro traz o percurso de mais de três meses de pesquisa e apuração nas ocupações Dandara, Camilo Torres e Irmã Dorothy. Isso tudo sem abrir mão da sensibilidade e do meu próprio envolvimento (inevitável) com a causa e as pessoas necessitadas ao longo do livro…..

http://direitoamoradia.org/pt/noticias/blog/notcias-dos-movimentos-sociais/2011/02/17/comunicado-das-brigadas-populares-ocupaes-urbanas—a-soluo-possvel/

(atentar para a data deste evento fevereiro 2011)

É necessário ter o senso de prioridade. Para nós, as ocupações localizadas na região do Barreiro/BH (Ocupação Camilo Torres e Irmã Dorothy) são as áreas de maior risco de despejo no presente momento. Policiais do Batalhão de Choque da PM já estiveram no local e possuem um plano de ação de largo alcance para retirar as 277 famílias dessas comunidades em um prazo de 12 horas. Este plano é falho e está fadado a generalizar uma situação de violência de proporções desconhecidas. O principal problema é que ele não prevê nenhuma alternativa digna para as famílias que serão despejadas, as mesmas serão jogadas nas ruas sem nenhuma possibilidade de re-assentamento, nem mesmo de natureza emergencial.

História de traição

Poema de Antônio Silva, ex-morador do Pinheirinho

Uma ninhada de tucano
de uma noite para o dia
veio do mundo afora
Pondo o povo a perigo
Em pleno final de semana
Enquanto o povo dormia
invadiram o acampamento
Numa maior covardia
Todo mundo acordou
Chamando seu companheiro
Pois já havia tomado
O acampamento inteiro
Homem, Mulher e criança gritavam
Desesperado, dizendo um para o outro:
“O Pinheirinho está tomado”
Era o batalhão de choque
veio a cavalaria
Para expulsar o povo
Na maior covardia
jovem…jogavam gás de pimenta
Sufocando todo mundo
Tratando os trabalhadores
Como sendo vagabundos
A juíza e o prefeito
de longe nos assistindo
A comunidade chorando
enquanto os dois estavam rindo
Depois de nos jogar na rua
Segue a perseguição
Não sei se eles são de pedra
ou gente sem coração
Parece mais uma guerra
onde isso já se viu?
Ou será que nós somos
outro país no Brasil!

Secretaria-Geral da Presidência discute desocupação do Pinheirinho

http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-01-27/secretaria-geral-da-presidencia-discute-desocupacao-do-pinheirinho?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

Pinheirinho – São estes, Soninha Francine?

Those are climinals taking advantage of situation, by Soninha Francine

Brazil: Massacre of Pinheirinho Causes an Uproar

http://globalvoicesonline.org/2012/01/25/brazil-pinheirinho-massacre-eviction/

O que vi em Pinheirinho, Wernner Lucas

 

http://wernnerlucas.blogspot.com/2012/01/o-que-vi-em-pinheirinho.html

 

Crônica do terrorismo do Estado

http://observers.france24.com/fr/content/20120126-scenes-guerre-lors-evacuation-favela-pres-sao-paulo-pinheirinho-bresil-logement

 

Midiacrucis’s – como poderia agora pedir reintegração de posse?

http://midiacrucis.wordpress.com/2012/01/24/exmo-governador-alckmin-cumprindo-bem-ordens-judiciais/

Waldir Martins, o conhecido Marrom

http://www.vejosaojose.com.br/cidadeempedeguerra.htm

Como está hoje o Pinheirinho? – Estamos bem organizados com auxílio do pessoal da USP, da Poli, da Faculdade Federal de Juiz de Fora, da Federal do Rio de Janeiro, conversamos direto com a Unip e a Unitau. Acabamos de fundar a Frente Nacional de Resistência Urbana com 40 movimentos em 14 estados. Continuamos buscando experiências.

Vocês tem zoneamento e plano diretor? – Temos tudo isso, funcionamos através de setores que realizam reuniões semanais com os grupos responsáveis pela educação, saúde, mulher, negros, segurança, envolvendo mais de 300 ativistas. Tudo que acontece no mundo o Pinheirinho toma conhecimento pela Internet. Temos escola de artesanato, de capoeira, time de futebol masculino e feminino, as atividades são muitas. Construímos um barracão muito grande para duas mil pessoas, cada setor tem sua sede com mesas cadeiras, o data show foi doado pela Faculdade Anchieta.

Quantas pessoas estão no Pinheirinho? – Temos 1.843 famílias e cerca de 9.600 pessoas, entre elas, mais de 4 mil são crianças de zero a doze anos. O ingresso no Pinheirinho está congelado. Há mais de um ano não entra mais ninguém, apesar da inscrição de mais de 2.400 famílias. As pessoas preferem ir para o Pinheirinho ao invés dos programas da Prefeitura.

Vocês tem escolas? – Temos, e outra coisa, quem criticava hoje nos apóia, o Campo dos Alemães, o Dom Pedro, Interlagos, Morumbi, Parque Industrial e outros, o apoio dos moradores e dos comerciantes da região é muito grande.

Como funciona o sistema viário do Pinheirinho? – Nenhum bairro de São José dos Campos tem arruamento como o nosso, feito com orientação de professores universitários. Uma demonstração para o país que é possível realizar o social com muito pouco dinheiro. O prefeito Cury gastou R$ 40 mil pra fazer uma casa de bonecas, nós fizemos um barracão de 200 metros quadrados com R$ 4,8 mil com auxílio da população, sem dinheiro público. As nossa lixeiras e os demais equipamentos são feitos por nós. É oferecido, mas não pegamos dinheiro de ongs nem de ninguém.

Falaram no twitter…

http://brasiledesenvolvimento.wordpress.com/2012/01/25/justica-nao-e-pacificacao/

Trata-se de defender, sim, a “estratégia da tensão” diagnosticada e criticada por Gaspari, porque justiça não consiste em “pacificação” de conflitos, mas em dar a todos a possibilidade de experimentação do conflito e equacioná-lo em termos democráticos, igualitários, o que implica assumir prioritariamente a ótica dos oprimidos sobre os direitos a que têm direito.

Seria melhor para os moradores terem aceitado um acordo que precarizasse seus direitos, em vez de resistirem em busca de sua satisfação integral? Ora, quem realmente tem todas as condições para dizer que sim ou que não são os próprios moradores: são eles que têm de lidar com a falta de dinheiro para pagar pela passagem de ônibus, a dentadura para o pai, o livro para a filha… São eles, também, que têm de lidar com a violência que sofrem quando se rebelam contra as imposições do Estado e do capital especulativo.

http://www.quadradodosloucos.com.br/2542/mil-pinheirinhos-contra-a-comiseracao-desgracada/

Pra mim, Pinheirinho não pode ser exemplar como repressão violenta do estado, como se pretende gravar na história. Esse é o mau exemplo, que não deve ficar como exemplo. Pinheirinho é exemplar como re-existência diante dessa ação violenta, que é sistemática e permanente. A favela teve a ousadia de politizar-se, produzir ela mesma os direitos, de fazer frente à repressão, de antagonizar afirmativamente. Comprou a briga. Desabrochou uma cultura de resistência, articulou-se com movimentos e sindicatos. Essa afirmação de discurso insurgente circulava na comunidade, conferindo autoestima. Sem nenhuma ajuda do poder público, a comunidade se autoconstituiu em várias dimensões: como tempo social, cultural, político. Estava se virando na pobreza, apesar de tudo.

Não podemos perder  o essencial, o significado afirmativo e empoderador. Do contrário estaremos fazendo exatamente o que pretendem que façamos: perpetuar a opressão no plano simbólico e botar medo em quem resiste. Torço para que as fotos dos fogos e medos não vinguem. Que continuem a inspirar ações as fotos de Pinheirinho à moda do incrível exército de Brancaleone.  Do contrário, passaremos adiante a mensagem dos poderosos: frisar a consequência exemplar para outros Pinheirinhos do Brasil.

….

Manifestação

Pelo uso… tem que usar todas as instâncias abaixo… só depois chega a mim

Interessante notar como a justiça consegue ser tão rápida.

Investigação